O dia 8 de março foi instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU) como o Dia Internacional da Mulher. Para contextualizar a importância da data em sala de aula e dentro da área da Educação, muitas escolas trazem à tona discussões relevantes como o protagonismo feminino, o respeito e a igualdade.
E se essa orientação e abordagem de temas como gênero e raça não fossem tratadas como um anexo dentro do plano de aulas? São pautas que poderiam transcender o currículo anual de cada período, como parte do desenvolvimento das competências gerais da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e que estão na essência do trabalho pedagógico.
Mais do que uma possibilidade, ela é uma oportunidade de abordar o tema e orientar os alunos de diferentes idades e fases da vida a entenderem a importância desses valores que combatem a misoginia, o machismo e etc. Pontos que atrasam o desenvolvimento da sociedade como um todo.
Porém, essa mudança só será possível a partir de uma abordagem inspiradora, autêntica e esclarecedora sobre o Dia Internacional da Mulher. E é como nós abordamos a data e os temas em torno dela na Escola Mais, além de trazer todo o contexto histórico, que falaremos a seguir. Acompanhe!
História do Dia Internacional da Mulher
A data tem origem a partir de episódios históricos diferentes, mas com um propósito em comum: a luta das mulheres trabalhadoras nos Estados Unidos e Europa. Na ocasião, os movimentos surgiram com o objetivo reivindicar melhores salários e condições de trabalho.
No decorrer do tempo, avançaram para a luta pelo direito ao voto e à educação, o que reforçou a batalha pela igualdade de gênero.
Estados Unidos: Incêndio na fábrica em 1911
Em 25 de março de 1911, um incêndio na fábrica Triangle Shirtwaist Company, na cidade de Nova York, nos Estados Unidos, matou 146 trabalhadores, sendo 125 mulheres e 21 homens. Essa tragédia tornou público o ambiente precário e as condições que as mulheres enfrentavam desde a Revolução Industrial. Segundo especialistas, esse pode ter sido o real motivador para a instituição do Dia Internacional da Mulher.
Europa: manifestação contra a fome na Rússia em 1917
No dia 23 de fevereiro de 1917, uma manifestação de mulheres contra a fome e a morte de milhões de soldados na Primeira Guerra Mundial aconteceu na Rússia. A mobilização e outros acontecimentos culminaram na abdicação do czar e na nomeação de um governo provisório.
Na ocasião, as mulheres ganharam o direito ao voto e os soviéticos oficializaram a comemoração do dia 8 de março, já com a adoção do novo calendário, como a celebração da mulher heróica e trabalhadora.
Por que mudou? O dia 23 de fevereiro foi registrado no antigo calendário russo. No calendário gregoriano adotado em 1918, passou a ser considerado como 8 de março.
Apesar dos anos seguidos de protestos, a data só foi oficializada pela ONU em 1975.
Ouça mais sobre o tema no podcast a seguir:
Como trabalhar o Dia Internacional da Mulher de forma inspiradora?
O primeiro passo é ter a consciência de que a data não é comemorativa, mas um manifesto das conquistas políticas, sociais e econômicas das mulheres ao longo dos anos. Portanto, deixe as flores de lado.
Aproveite o tempo em sala de aula para falar sobre grandes mulheres de áreas como educação, ciência e história, apresentar livros, músicas e filmes criados por mulheres, e discutir temas importantes como feminismo e sororidade.
Nós separamos algumas ideias. Veja a seguir:
Inclua e destaque as mulheres na história
Apresente e conte a história de grandes mulheres que deixaram suas contribuições sociais, culturais e científicas para o mundo, como:
- Malala Yousafzai: aos 17 anos, foi a pessoa mais jovem a receber o Prêmio Nobel da Paz.
- Valentina Tereshkova: a primeira mulher a viajar para o espaço, na missão Vostok VI.
- Elza Soares: brasileira, cantora, compositora e defensora dos direitos das mulheres.
- Tereza de Benguela: revolucionária e dirigente política, liderou o Quilombo de Quariterê, na atual cidade de Cuiabá.
- Frida Kahlo: conhecida pelas suas pinturas de auto-retratos e fotografias. Também foi defensora dos direitos das mulheres.
- Marta: eleita melhor jogadora de futebol do mundo seis vezes, sendo cinco delas consecutivas.
- Ada Lovelace: matemática que criou o primeiro algoritmo para ser processado por uma máquina.
E esses são só alguns exemplos, hein?
Traga livros escritos por mulheres para a sala de aula
A leitura é essencial para o desenvolvimento da capacidade de interpretação e criatividade dos alunos dentro e fora da sala de aula. Ela também é uma forma de expandir o universo de conhecimento dos estudantes.
Veja alguns livros que podem ser levados para a sala de aula e reforcem os assuntos em torno do Dia Internacional da Mulher:
Para os pequenos:
- 50 Brasileiras Incríveis Para Conhecer Antes De Crescer, de Débora Thomé.
- Histórias de Ninar Para Garotas Rebeldes, de Elena Favilli.
- Píppi Meialonga, de Astrid Lindgren.
- Procurando firme, de Ruth Rocha.
- Malala, a menina que queria ir para a escola, de Adriana Carranca.
Para os mais velhos:
- A Cor Púrpura, de Alice Walker
- Pequenos Pássaros, de Anaïs Nin
- Diário de Anne Frank, de Anne Frank
- O Morro dos Ventos Uivantes, de Emily Brontë
- As Ondas, de Virginia Woolf
Aqui na Escola Mais, por exemplo, nós utilizamos a leitura como recurso para aplicar as Metodologias Ativas e diferentes formas de estudo, por meio de uma boa atividade para um projeto dos alunos, por exemplo.
Veja mais! Neste TED, Chimamanda Ngozi Adichie, feminista e escritora nigeriana, fala sobre a importância do feminismo no mundo atual.
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E não lembre-se que todas essas iniciativas não precisam ser aplicadas apenas no Dia Internacional da Mulher, ok? A abordagem desse tema pode ser feita ao longo de todo o ano, sempre conectado com as matérias determinadas pela escola.
É assim que a gente faz aqui na Escola Mais.